passou no metrópolis,



Obra de arte até na água
8/11/2009
5ª Bienal VentoSul

O artista canadense Jean-Yves Vigneau está com sua obra “H2O” exposta sobre o lago da Ópera de Arame. As pessoas terão a chance de conhecer o trabalho do conceituado artista em um dos principais cartões postais de Curitiba até 11 de outubro.
A obra de Jean-Yves Vigneau é composta por letras gigantes (7x2,4 metros) feitas de madeira em formato da fórmula da água que flutuam sobre o local. O objetivo do artista é que cada visitante tenha uma leitura pessoal da obra imersa no lago. A reflexão do público pode ser instigada pelo encontro da arquitetura metálica da Ópera de Arame com a arte contemporânea em madeira, representada pela equação H2O=$%?. Duas obras diferentes que se completam em um mesmo cenário. Vale a pena conferir.



em marcela vieira,


"eu sou a presença que não ocupa espaço"
(frases e gatos pelas ruas de Paris)


Marcela Vieira e Rafael Suriani se juntaram para colar lambes de gatos e frases em alguns bairros ímpares de Paris, fazendo uma releitura do espaço habitual dos caminhantes e habitantes da cidade. As imagens dos gatos do Rafael, em distintas posições, reforçam sempre um olhar à espreita, as frases de Marcela, lidas ou não em paralelo com as imagens-gatos, questionam e sugerem outras possibilidades de realidade. Juntos, os dois trabalhos dialogam e constroem um percurso poético inusitado no espaço urbano.


uma das frases, um ano depois, no bairro de Belleville:
"o silêncio que desconcerta".


em fred benevides,







from: Frederico Benevides
to: erica zingano 
date: Thu, Aug 13, 2009 at 10:47 AM
subject: uhuuu!


Eriquetaaa




Meu endereço é uma incógnita, hahaha.
Sou imigrante na minha cidade, como o Bruno Aleixo, conheces?


Por aqui tudo em paz! Manda teu endereço também, que eu acabei de terminar um filme e queria mandar pra tu.




E tu, como andas?


Tu tem sonhado muito? Tenho me interessado pelos sonhos das pessoas. Tu anota o que sonha?
Conhece alguém que anota? Começando a pedir os sonhos das pessoas. Próximo filme.




Ei, vamos nessa! Vou fazer mais umas fotinhas esses dias. Dá pra fazer várias coisas legais, né? Até porque pode-se cortar qualquer foto a partir daí.


Beijos, gata!



Fred


em caetano veloso,


"Outro"

você nem vai me reconhecer
quando eu passar por você
de cara alegre e cruel
feliz e mau como um pau duro
acendendo-se no escuro
cascavel
eriçada na moita
concentrada e afoita
eu já chorei muito por você
também já fiz você chorar
agora olhe pra lá porque
eu fui me embora
você nem vai me reconhecer
quando eu passar por você

em thaís de campos e ivo lopes araújo,


"Praia do Futuro"


O longa metragem Praia do Futuro é uma produção de vários diretores cearenses que integram o coletivo Alumbramento Produções Cinematográficas: Guto Parente, Thaïs Dahas, Felipe Bragança, Fred Benevides, Ivo Lopes, Salomão Santana, Mariana Smith, Pablo Assumpção, Ricardo Pretti, Thaís de Campos, Themis Memória, Luiz Pretti, Rúbia Mércia, Ythallo Rodrigues, Armando Praça, Diogo Costa e Wanessa Malta. O filme é dividido em 15 episódios e a ideia é trazer ao público o olhar individualizado de cada diretor sobre uma das principais praias de Fortaleza, a chamada Praia do Futuro.

A obra foi produzida com recursos da própria Alumbramento, o filme tem nomes que tem se destacado em festivais pelo Brasil, como Ivo Lopes (do documentário Sábado à noite) e Felipe Bragança (co-roteirista e assistente de direção de O Céu de Suely). Trailers do filme podem ser assistidos na página da produtora no YouTube.

"Livro Livre"

matéria sobre o projeto:

em mariana smith,


caixa de segredos íntimos

em ana cristina césar,

"Sete chaves"

Vamos tomar chá das cinco e eu te conto minha
grande história passional, que guardei a sete chaves,
e meu coração bate incompassado entre gaufrettes.
Conta mais essa história, me aconselhas como um
marechal do ar fazendo alegoria. Estou tocada pelo
fogo. Mais um roman à clé?
Eu nem respondo. Não sou dama nem mulher
moderna.
Nem te conheço.
Então:
É daqui que eu tiro versos, desta festa – com
arbítrio silencioso e origem que não confesso –
como quem apaga seus pecados de seda, seus três
monumentos pátrios, e passa o ponto e as luvas.


"Como rasurar a paisagem"


a fotografia é um tempo morto
fictício retorno à simetria
secreto desejo do poema
censura impossível
do poeta


em waléria américo,


"des-limite"


intervenção e registro em foto e vídeo, escada em madeira, janela, cidade e artista, 2006

"para ver o céu mudar de cor"


estratégia urbana, 2005

em gina pane,


entre o céu e a terra, o artista:



Terre protégée 2, Pinerolo (Italie) / 1970

em sofi hemon,


12 x 2 FEIA-URUBU-FÊMEA-MAGNÍFICA

01. Eu desdobro o motivo racacá ao infinititacacá
02. Eu processo ensaio e erro por nivelamento
03. Eu molécula DNA
04. Eu rizoma todo azimute
05. Eu sistema respiratório aéreo
06. Eu estendo à optima
07. Eu térmica-cupim a estrutura mítica
08. Eu intervalo necessário a cibernética
09. Eu cassiopéia all over the world
10. Eu cavalo-marinho no hipocampo circuito completo
11. Eu sonho amuscular
12. Eu aquática linhas

___________________________________________________

12. Eu diagramo uma idéia curta
11. Eu molde algas lábeis
10. Eu fluxolinha a seqüência intemporal
09. Eu dinâmica de caranguejo
08. Eu estrutura em planalto
07. Eu assimétrica múltiplas entradas
06. Eu nordeste sempre mais ao norte
05. Eu devir urubu
04. Eu microcosmo vago litoral
03. Eu flutuação non stop apereiba
02. Eu enselvagem o território imenso
01. Eu inexploro as entidades vaporosas

Outro brejo - Sofi Hemon - Torreão - POA - BRASIL
13 de setembro - 26 de setembro 2008
Encontro com o artista: 23 de setembro às 19horas

em simone barreto,


em al berto,

"Prefácio para um livro de poemas"

Conheci um homem que possuía uma cabeça de vidro.
Víamos - pelo lado menos sombrio do pensamento - todo o sistema
planetário.
Víamos o tremelicar da luz nas veias e o lodo das emoções na ponta dos
dedos. O latejar do tempo na humidade dos lábios.
E a insónia, com seus anéis de luas quebradas e espermas ressequidos.
As estrelas mortas das cidades imaginadas.
Os ossos [tristes] das palavras.

A noite cerca a mão inteligente do homem que possui uma cabeça
transparente.
Em redor dele chove.
Podemos adivinhar uma chuva espessa, negra, plúmbea.

Depois, o homem abre a mão, uma laranja surge, esvoaça.
As cidades (como em todos os livros que li) ardem. Incêndios que
destroem o último coração do sonho.
Mas aquele que se veste com a pele porosa da sua própria escrita olha,
absorto, a laranja.

A queda da laranja provocará o poema?
A laranja voadora é, ou não é, uma laranja imaginada por um louco?
E se a laranja cair? E o poema? E o poema com uma laranja a cair?
E o poema em forma de laranja?
E se eu comer a laranja, estarei a devorar o poema? A ficar louco?
[...]
E a palavra laranja existirá sem a laranja?
E a laranja voará sem a palavra laranja?
E se a laranja se iluminar a partir do seu centro, do seu gomo mais
secreto, e alguém a [esquecer] no meio da noite - servirá [o brilho] da
laranja para iluminar as cidades há muito mortas? E se a laranja se
deslocar no espaço
- mais depressa que o pensamento, e muito mais devagar que a laranja
escrita
- criará uma ordem ou um caos?

O homem que possui uma cabeça de vidro habita o lado de fora das
muralhas da cidade.
Foi escorraçado.
[E] na desolação das terras, noite dentro, vigia os seus próprios sonhos
e pesadelos. Os seus próprios gestos - e um rosto suspenso na solidão.

Onde mora o homem que ousou escrever com a unha na sua alma, no seu
sexo, no seu coração?
E se escreveu laranja no coração, a alma ficará saborosa?
E se escreveu laranja no sexo, o desejo aumentará?

Onde está a vida do homem que escreve, a vida da laranja, a vida do
poema - a Vida, sem mais nada - estará aqui?
No interior do meu corpo? ou muito longe de mim - onde sei que possuo
uma outra razão...e me suicido na tentativa de me transformar em poema
e poder, enfim, circular livremente.


em torquato neto,

"Cogito"

eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível


eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora


eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim


eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim.

em fernando pessoa, carta endereçada a adolfo casais monteiro, em 13 de janeiro de 1935

"Aí por 1912, salvo erro (que nunca pode ser grande), veio-me à idéia escrever uns poemas de índole pagã. Esbocei umas coisas em verso irregular (não no estilo Álvaro de Campos, mas num estilo de meia regularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer aquilo. (Tinha nascido, sem que eu soubesse, o Ricardo Reis.)

Ano e meio, ou dois anos depois, lembrei-me um dia de fazer uma partida ao Sá-Carneiro – de inventar um poeta bucólico, de espécie complicada, e apresentar-lho, já não me lembro como, em qualquer espécie de realidade. Levei uns dias a elaborar o poeta mas nada consegui. Num dia em que finalmente desistira – foi em 8 de Março de 1914 – arcerquei-me de uma cômoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com um título, O Guardador de Rebanhos. E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive. E tanto assim que, escritos que foram essas trinta e tantos poemas, imediatamente peguei noutro papel e escrevi, a fio, também, os seis poemas que constituem a Chuva Oblíqua, de Fernando Pessoa. Imediatamente e totalmente… Foi o regresso de Fernando Pessoa Alberto Caeiro a Fernando Pessoa ele só. Ou melhor, foi a reação de Fernando Pessoa contra a sua inexistência como Alberto Caeiro.

Aparecido Alberto Caeiro, tratei logo de lhe descobrir – institiva e subconscientemente – uns discípulos. Arranquei do seu falso paganismo o Ricardo Reis latente, descobri-lhe o nome e ajustei-o a si mesmo, porque nessa altura já o via. E, de repente, em derivação oposta à de Ricardo Reis, surgiu-me impetuosamente um novo indivíduo. Num jato, e à máquina de escrever, sem interrupção nem emenda, surgiu a Ode Triunfal de Álvaro de Campos – a Ode com esse nome e o homem com o nome que tem.

Criei, então, uma coterie inexistente. Fixei tudo aquilo em moldes de realidade. Graduei as influências, conheci as amizades, ouvi, dentro de mim, as discussões e as divergências de critérios, e em tudo isto me parece que fui eu, criador de tudo, o menos que ali houve. Parece que tudo se passou independentemente de mim. E parece que assim ainda passa. Se algum dia eu pude publicar a discussão estética entre Ricardo Reis e Álvaro de Campos, verá como eles são diferentes, e como eu não sou nada na matéria." [negritos nossos]

(PESSOA, 1986, pp.96-97).

PESSOA, Fernando. Obras em prosa. Org., intr. e notas Cleonice Berardinelli. Rio de Janeiro: Ed. Nova Aguilar, 1986.

em benveniste,




para benveniste, o conceito de “eu” já não existe, uma vez que o “eu” remete sempre para aquele que fala, no ato de estar falando, durante a enunciação. Ou seja, o pronome “eu” só existe enquanto potência de discurso, passando assim a ser visto como uma função.

BENVENISTE, Émile. Problèmes de linguistique générale. Paris: Gallimard,1966. Section V, “L’homme dans la langue”.



em érica zíngano,

je est un autre
escrita-repetição: je est un autre, 2 folhas pretas entre papel de carbono,

"hier m'abandonne, pourquoi le retenir?", 2006, mulhouse/fr,

exposição em conjunto com sofi hemon

em rimbaud, carta endereçada à Paul Demeny em 1871

"Car Je est un autre. Si le cuivre s’éveille clairon, il n’y a rien de sa faute. Cela m’est évident: j’assiste à éclosion de ma pensée: je la regarde, je l’écoute: je lance un coup d’archet: la symphonie fait son remuement dans les profondeurs, ou vient d’un bond sur la scène."

EU/ pq. do ibirapuera, são paulo, 13/08/09

Érica Zíngano com Alexandra Thomaz (Fotos por Alexandra Thomaz e Érica Zíngano)



Alexandra Thomaz com Érica Zíngano (Fotos por Érica Zíngano)


EU/ pq. ibirapuera 2, são paulo


Para ver todas as fotos, clique em cada uma das imagens acima!


em maria gabriela llansol,

"Eu é o outro que vejo em mim. Um lugar não desmultiplicado, uno, amplo, criando sempre maior e mais amplitude, vivendo incansavelmente por dentro da natureza

até trazer à superfície onde se apoia o inteligente deslumbramento que olha o homem novo sentado ao piano."

(O jogo da liberdade da alma, 2003, p. 17).


"O eu como nome é nada"

(Inquérito às quatro confidências - Diário III, 1996, p. 48).

em mário de sá-carneiro,

"Partida"

Ao ver escoar-se a vida humanamente
Em suas águas certas, eu hesito,
E detenho-me às vezes na torrente
Das coisas geniais em que medito.

Afronta-me um desejo de fugir
Ao mistério que é meu e me seduz.
Mas logo me triunfo. A sua luz
não há muitos que a saibam refletir.

A minha alma nostálgica de além,
Cheia de orgulho, ensombra-se entretanto,
Aos meus olhos ungidos sobre um pranto
Que tenho a força de sumir também.

Porque eu reajo. A vida, a natureza,
Que são para o artista? Coisa alguma.
O que devemos é saltar na bruma,
Correr no azul à busca da beleza.

É subir, é subir além dos céus
Que as nossas almas só acumularam,
E prostrados rezar, em sonho, ao Deus
Que as nossas mãos de auréola lá douraram.

É partir sem temor contra a montanha
Cingidos de quimera e de irreal;
Brandir a espada fulva e medieval,
A cada hora acastelando em Espanha.

É suscitar cores endoidecidas,
Ser garra imperial enclavinhada,
E numa extrema-unção de alma ampliada,
Viajar outros sentidos, outras vidas.

Ser coluna de fumo, astro perdido,
Forçar os turbilhões aladamente,
Ser ramo de palmeira, água nascente
E arco de ouro e chama distendido...

Asa longuínqua a sacudir loucura,
Nuvem precoce de sutil vapor,
Ânsia revolta de mistério e olor,
Sombra, vertigem, ascensão - Altura!

E eu dou-me todo neste fim de tarde
À espira aérea que me eleva aos cumes.
Doido de esfinges o horizonte arde,
Mas fico ileso entre clarões e gumes!...

Miragem roxa de nimbado encanto -
Sinto os meus olhos a volver-se em espaço!
Alastro, venço, chego e ultrapasso;
Sou labirinto, sou licorne e acanto.

Sei a Distância, compreendo o Ar;
Sou chuva de ouro e sou espasmo de luz;
Sou taça de cristal lançada ao mar,
Diadema e timbre, elmo real e cruz...

.............................................................................
.............................................................................

O bando das quimeras longe assoma...
Que apoteose imensa pelos céus!
A cor já não é cor - é som e aroma!
Vêm-me saudades de ter sido Deus...

§

Ao triunfo maior, avante pois!
O meu destino é outro - é alto e é raro.
Unicamente custa muito caro:
A tristeza de nunca sermos dois...

Paris, fevereiro de 1913


(O 1º poema do 1º livro de Sá-Carneiro, Dispersão, se chama "Partida". Esse nome é muito curioso, porque pode ser aberto por inúmeros significados:

- partida como despedida;

- partida como aposta, jogo: como esse que usa Pessoa, na carta sobre o surgimento dos heterônimos: "Ano e meio, ou dois anos depois, lembrei-me um dia de fazer uma partida ao Sá-Carneiro – de inventar um poeta bucólico, de espécie complicada, e apresentar-lho, já não me lembro como, em qualquer espécie de realidade. Levei uns dias a elaborar o poeta mas nada consegui. Num dia em que finalmente desistira – foi em 8 de Março de 1914 – arcerquei-me de uma cômoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso."

- partida como início, dar a partida;

- partida como parte, quebrada, fragmentada;

- a partida do EU, que nunca é dois.)

eu, espelho de céu, reflexo do fundo


só aos poucos comecei a entender:
o EU para flutuar na água,
um espelho de céu
um reflexo do fundo
pelo material prateado
e luminoso - mas não só,
abria uma linha,
sem querer, com arnaldo antunes
por conta de um livro, ET EU TU,
cuja capa resplandece em prata
isso tudo depois, bem depois

email para eduardo jorge, 19/07/09




from: erica zingano
to:  Eduardo Jorge
date: Sun, Jul 19, 2009 at 8:20 PM
subject: meu EU




querido, acho que tudo começou assim:


estou fazendo parte, com uma turma bem jovem, de um pensamento revista


ela deve vir ao mundo em outubro, a minha idéia como editora-colaboradora é sempre chamar alguém pra alguma conversa, essa ficou sendo deriva, o tema geral da revista, e, por um acaso da própria vida, conversei com o heitor ferraz...


dessa revista em formação e pensamento recebi da laura palácio
EU decepciono/ ele ASCENDENTE
um boneco de livro
e comecei a escrever pra ela...







como a imagem dela é muito forte, de alguma forma
eu devo ter transformado em sonho:


tenho pensado muito em helicóptero em hélice etc
(até escrevi um poemas sobre isso a partir dos leques de mallarmé, atualizando asa em hélice, outra forma de dizer leque)
e eu sonhei que sobrevoava o atlântico e de dentro de um helicóptero jogava um texto que flutuava no mar
esse texto virou EU
dispersa em fragmento sobre a água
como eu quis transformar em série penso em jogar o EU na água
na terra
no fogo
em cada lugar um EU diferente...
sempre solto
o do fogo em cobre
o da terra em vermelho

daí acho que vou fazer isso pela EUropa
por lá claro que vou
cavar bruracos me jogar no tejo no tâmisa e no sena...
o EU louco solto por aí...

como juntamos o meu EU com o seu EU?

minha idéia, além da EUropa
era fazer o EU pela mão do outro
enviar para algumas pessoas pra cada uma fazer o trabalho
levar até uma lagoa rio açude
fotografar/filmar etc...
assim eu teria vários EU juntos...

eu achei uma grande coincidência boa e queria juntar o meu EU com o seu EU?
vamos pensar?

posso te mandar um EU pelo correio?
me manda teu adress!

beijos em vc
ez