EU/ largo do machado, rio de janeiro, out/dez-2009

Waléria Américo
(Fotos por Waléria Américo)

EU/ largo do machado, rio de janeiro


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from: waléria américo
to: erica zingano 
date: Sun, Dec 6, 2009 at 12:19 PM
subject: eu's


eu direto do tapete voador
querida eriqueta também me encontro em trânsito, não importa onde me encontre algo se move aqui dentro e ultimamente tenho pensado em movimento, mas é como se eu podesse dilatar esse lugar e com mais atenção depois do nosso último encontro muitos acontecimentos e a compreensão do que realmente pode significar a palavra sentida que é realmente o acontecer, pouco antes desse estado estive em temporada dentro da minha própria cidade e seu eu me convidou muito a enfim usá-lo, com verdade esperei o tempo certo, mas permaneceu na gaveta, sua lembrança era diária, até o dia que em viagem coloquei na mochila dois eus brilhantes, e andei por dias, fiquei elaborando possíveis imagens mas ando meio cansada de separar as coisas, o pensar e o fazer, decidi que é preciso sobrepor esses dois momentos, e um dia sem muita explicação me deparei com duas hipóteses sobre o meu eu, quando apropiados simplesmente aconteceu, dividi com o outro a idéia, que tinha um começo sem fim, daí tenho dois pequenos vídeos que edito da situações, sei que a água tem feito um efeito novo em meu corpo, corpo que parece não ser mais o mesmo de 2 meses pra cá, pego emprestado pensamentos que não são meus mais de certa maneira conversam comigo, andei chorando e rindo muito, lembrei que é na água que o peixe vive, e que mesmo com mania de acomodação esse bichinho é quitamente inquieto, mas sem muita teoria, juntei pedaços de eus diferentes e misturei tudo afim de me perder, penso que o eu é encontro também, tive vontade de picotar com a tesoura meu eu em pedaços pequeninos, mas nem foi preciso, um dia andando e por impulso ouvi sinos, e como a música tem se tornado importante e vital ultimamente, vi a minha frente água, a água era parada, concentrada, meio fonte que não funciona, mas o vento ali faz mover, mesmo que não pareça, e se o movimento existe abri a mochila e abadonei por lá meu eu, por acaso ou não, ao tirar da bolsa vi que já tinha algo fora do lugar, um pedaço de eu ficou, e isso não foi acidente, tão pouco de propósito, gostei e fiz imagens invertida, procurando chão flutuante, te envio algumas imagens difusas que colecionei pra ti, parece que entre o verde e azul meu eu tenta se comunicar, de brilho estourado e ainda com tentativa de visão aérea é uma das situações para o meu eu que não pode agora parar, gostei de realizar isso, e de alguma forma me conecto a ti, pois enquanto pensave no eu em movimento, recebo seu email com endereço do blog, adorei, e adorei mais ainda saber que quando estamos em alerta tudo se comunica, mesmo ainda sem os vídeos finalizados, me tomo por uma vontade de te escrever, com a sensação de sua presença distante e íntima, te dou meus eus, generosamente com me mandou, e faça o que deve achar bom com isso, a outra situação para o vídeo tem água camuflada, é meio performance e corpo, sem cidade, mas a cidade é coisa que levamos junto, cada vez mais penso na paisagem dentro do corpo, sinto uma enorme vontade de malhar outro forma de engolir o mundo, não é mas só olho que vê, que depois age no espaço, agora entro no espaço de vez e é junto que vou construir outro sentido pra tudo que faço, começo a entender o possível e é antes necessário uma pausa em play, feito bicho que muda de pele realizei um banho onde o eu estava nas costas de outro em movimento vertiginoso é arrancado, parece com mudança e se o eu não está no mesmo lugar acho justo está contido no processo que sem explicação precisa ou meio e fim começa, mesmo com a inteligência de saber que o começo é sempre linha imaginária.
em breve te mando os vídeos.
da sua amiga quase fotógrafa e quase qualquer coisa
ainda brincando de ser livre.
muitos beijos
wal

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