em roberta ferraz,

Selo

Álamos brancos
Visto-os sobre a pele molhada
Enrolo nos cabelos
Tachos das figueiras e seus galhos
Seguram a vastidão

A tarde ficou fechada
Morta eu selo minha substituta
Onde reencontro

Uma luz de ouro fria
Pousa sobre o corpo recomposto
O amarelado sopro aquieta
O redor
Há o somente de uns pássaros
Já distância, piando
À transformada
Solar desço ao serviço
O bosque assemelha
A face de minha aparição

Eu
acompanho as lobas
e as esfinges
aplacadas

Eu retomo
o meu segredo

(in: Lacrimatórios, Enócoas, Oficina Raquel, 2009.)

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