waléria américo e fernanda eugenio
waléria américo
waléria américo e fernanda eugenio
em walter benjamin,
"A linguagem tem precedência.
Não apenas precedência com relação ao sentido. Também com relação ao Eu. Na estrutura do mundo, o sonho mina a individualidade, como um dente oco. Mas o processo pelo qual a embriaguez abala o Eu é ao mesmo tempo a experiência viva e fecunda que permitiu a esses homens fugir ao fascínio da embriaguez. Não é este o lugar para descrever a experiência surrealista em toda a sua especificidade. Mas quem percebeu que as obras desse círculo não lidam com a literatura, e sim com outra coisa - manifestação, palavra, documento, bluff, falsificação, se se quiser, tudo menos literatura -, sabe também que são experiências que estão aqui em jogo, não teorias, e muito menos fantasmas. E essas experiências não se limitam de modo algum ao sonho, ao haxixe e ao ópio. É um grande erro supor que só podemos conhecer das "experiências surrealistas" os êxtases religiosos ou os êxtases produzidos pela droga."
Benjamin, Walter. "O surrealismo - O último instantâneo da inteligência européia." In: Obras escolhidas vol. I: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1996.
em josé paulo paes,
O POETA AO ESPELHO, BARBEANDO-SE
o rito
do dia
o ríctus
do dia
o risco
do dia
EU?
UE?
olho
por olho
dente
por dente
ruga
por ruga
EU?
UE?
o fio
da barba
o fio
da navalha
a vida
por um fio
EU?
UE?
mas a barba
feita
a máscara
refeita
mais um dia
aceita
EU
EU
o rito
do dia
o ríctus
do dia
o risco
do dia
EU?
UE?
olho
por olho
dente
por dente
ruga
por ruga
EU?
UE?
o fio
da barba
o fio
da navalha
a vida
por um fio
EU?
UE?
mas a barba
feita
a máscara
refeita
mais um dia
aceita
EU
EU
EU/ ambleside, uk, jun-2010
Renan Nuernberger
Fotos por: Renan Nuernberger
Para ver todas as fotos, clique na imagem abaixo!
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Projeto EU (Ambleside, UK) |
p.s essa cidade é onde morou o poeta
William Wordsworth
EU/ perdido
| hide details Apr 27 |
o EU... eu te contei que soltei o mEU pra pegar neve e ele desapareceu pra sempre? acho que teve um vento e ele viajou, capaz de ter se lascado pra praça do ferreira! xx pa
de algum ponto da europa
| hide details Sep 7 (11 days ago) |
people people
(acho que vou enterrar minha cabeça em algum terreno baldio de saint-denis. ficar que nem o próprio santo acéfalo.)
e érica
eu me intrigo
¿como é que os franceses se cruzando nas escadas
conseguem dizer tantas vezes "perdão"?
aliás
o meu EU tá pronto
subo dia desses no vimeo
ficou grandinho
acho que fui desviando desviando desviando desviando...
me lembro do george com o pano cobrindo toda a cabeça. como um perseu. como um adão saindo do paraíso. se apagando com a mão.
três horas de viagem e a ressaca moral era tanta que ele não tirou o pano por nenhum instante do trajeto. de bruxelas a paris. os guardas rodoviários. me lembrei agora do meu sonho! eu era deportado...
| hide details Jul 21 |
hoje no treptower park :
dinossauros e cisnes
um parque de diversões abandonado
uma fábrica
e o rio.
me expulsaram de lá. não muito depois de ter pulado a grade.
olharam pra mim e esperaram
uma primeira palavra
a minha.eu sorri e ele
que parecia polonês
(quem sou eu pra definir sotaques?)
disse "closed".
pediu meu documento. fez notas. enquanto o outro / meu cúmplice / me foi levando à saída.
dei a volta pelo lado de fora da grade
e peguei a bicicleta.
mas ao pular
ao saltar o ferro enferrujado
antes dos guardas
no início
os elefantes quer dizer os dinossauros
caídos no chão
estátuas gigantes de um parque / de diversão / em abandono
pensei na serpente que passou entre os álamos / na zona vulcânica de la Garrotxa
senti que algo se enrolava na minha perna
e vi um falcão. um falcão pousado entre os dinossauros, que abriu as asas e me assustou (eu me virei) sobrevoando e pousando mais além - onde já não o via.
e antes a falar de llansol com uma portuguesa - a ana marta leite ramos martins (ramos leite martins?)
no café da manhã
foi incrível
berlim é a cidade friche industrielle
o terreno vago
a lucidez em neukölln.
aquela música (lembra?!)
do david bowie
instrumental
que tanto mandei
neukölln
a trilha dos trens do meu filme
pois é
escrevo agora de neukölln (lado b do heroes)
onde moram os portugueses
um colectivo que conheci aqui
altes finanze
ao lado de uma argelina de olhos / e cilhos / brilhantes
mas o falcão (do livro dela) O tom da posse bate agora como luz no vidro da janela, e eu leio "só se pode abrir mão, quando os olhos já guardaram a imagem, e o seu poder de suavidade cintilante". "Como uma cena fulgor." Sim, como uma cena fulgor."
os portugueses dizem "sim", como todos
os brasileiros e os italianos dizem "é"/
o EU a érica que joguei (eu joguei lá, mas eu não filmei) no Spree
o terceiro eu
o rio do outro lado da grade, digo, dos elefantes
a fábrica a pata da máquina retirando areia
outro dinossauro
os dentes no meio da floresta
uma cidade que pode-se tornar raposa
um javali passando no meio da rua
um urso / das biere
more is more
eu não tenho onde morar
é por isso que eu moro na areiaeu não tenho onde morar
é por isso que eu moro na areia
eu nasci pequenininho
como todo mundo nasceu
todo mundo mora direito
quem mora torto sou eu não tenho onde morar
é por isso que
um reverb
mistura de serenidade e frenesi
é isso
chegou o pedro dizendo:
cheira a bacalhau!
de repente é gozado aqui entre
9 portugueses
e a mente em vós
é como o piva falou
não tem que ter medo
marchons // marchons // marchons
de neukölln a köln
depois paris que como diz o rabelais vem de "rir é o próprio do homem"
pois lembro daquele papo
de que os brasileiros sempre atingem o sublime rindo
é forma deles gozarem
e é gozado isso
enfim
já é demais
andei falando do astro-lábio pra mariana
ela é búlgara e meio maga
ela tem uma idéia
a de um mar mexido
e no meio dele um barco
e no barco um farol
girando e navegando
nos des-re-localizando
mas não é pra contar pra ninguém
um beijo abraço coletivo
rumo à janela-jardim
lux
dinossauros e cisnes
um parque de diversões abandonado
uma fábrica
e o rio.
me expulsaram de lá. não muito depois de ter pulado a grade.
olharam pra mim e esperaram
uma primeira palavra
a minha.eu sorri e ele
que parecia polonês
(quem sou eu pra definir sotaques?)
disse "closed".
pediu meu documento. fez notas. enquanto o outro / meu cúmplice / me foi levando à saída.
dei a volta pelo lado de fora da grade
e peguei a bicicleta.
mas ao pular
ao saltar o ferro enferrujado
antes dos guardas
no início
os elefantes quer dizer os dinossauros
caídos no chão
estátuas gigantes de um parque / de diversão / em abandono
pensei na serpente que passou entre os álamos / na zona vulcânica de la Garrotxa
senti que algo se enrolava na minha perna
e vi um falcão. um falcão pousado entre os dinossauros, que abriu as asas e me assustou (eu me virei) sobrevoando e pousando mais além - onde já não o via.
e antes a falar de llansol com uma portuguesa - a ana marta leite ramos martins (ramos leite martins?)
no café da manhã
foi incrível
berlim é a cidade friche industrielle
o terreno vago
a lucidez em neukölln.
aquela música (lembra?!)
do david bowie
instrumental
que tanto mandei
neukölln
a trilha dos trens do meu filme
pois é
escrevo agora de neukölln (lado b do heroes)
onde moram os portugueses
um colectivo que conheci aqui
altes finanze
ao lado de uma argelina de olhos / e cilhos / brilhantes
mas o falcão (do livro dela) O tom da posse bate agora como luz no vidro da janela, e eu leio "só se pode abrir mão, quando os olhos já guardaram a imagem, e o seu poder de suavidade cintilante". "Como uma cena fulgor." Sim, como uma cena fulgor."
os portugueses dizem "sim", como todos
os brasileiros e os italianos dizem "é"/
o EU a érica que joguei (eu joguei lá, mas eu não filmei) no Spree
o terceiro eu
o rio do outro lado da grade, digo, dos elefantes
a fábrica a pata da máquina retirando areia
outro dinossauro
os dentes no meio da floresta
uma cidade que pode-se tornar raposa
um javali passando no meio da rua
um urso / das biere
more is more
eu não tenho onde morar
é por isso que eu moro na areiaeu não tenho onde morar
é por isso que eu moro na areia
eu nasci pequenininho
como todo mundo nasceu
todo mundo mora direito
quem mora torto sou eu não tenho onde morar
é por isso que
um reverb
mistura de serenidade e frenesi
é isso
chegou o pedro dizendo:
cheira a bacalhau!
de repente é gozado aqui entre
9 portugueses
e a mente em vós
é como o piva falou
não tem que ter medo
marchons // marchons // marchons
de neukölln a köln
depois paris que como diz o rabelais vem de "rir é o próprio do homem"
pois lembro daquele papo
de que os brasileiros sempre atingem o sublime rindo
é forma deles gozarem
e é gozado isso
enfim
já é demais
andei falando do astro-lábio pra mariana
ela é búlgara e meio maga
ela tem uma idéia
a de um mar mexido
e no meio dele um barco
e no barco um farol
girando e navegando
nos des-re-localizando
mas não é pra contar pra ninguém
um beijo abraço coletivo
rumo à janela-jardim
lux
1 ano de projeto EU
| hide details Jul 23 |
olá geral a todos
é com uma espécie de felicidade que informo que o projeto EU virou 1 ano
nesse tempo inteiro
muitas coisas se passaram e
o tempo
nosso amigo mais sincero
nos ensina a lidar com as esperas
e com as coisas práticas de todos os dias
esse e-mail festivo é pra comemorar
(por mais que eu ande um pouco displicente
longe do blog e dos envios, ainda falta fazer atualizações
da andréa do renan e do leo
& outros)
fui tomada de muita alegria pelo livro da ana rüsche
poeta que está no projeto
e que vai lançar um livro agora
"nós que adoramos um documetário!"
onde o EU (dentre tantas outras coisas) se desdobra no livro
(o livro brinca com a ideia de documentário
e autobiografia... acho que daremos um jeito
de ele tb ser lançado em fortaleza
junto com o de renan e o livro que estamos escrevendo
eu roberta e renata que se chama " fio fenda falésia"
pq todos foram ganhadores do proac, prêmio da secretaria de cultura
do estado de são paulo e seria muito legal fazer uma lançamento em conjunto)
enfim,
falar disso é falar da alegria daqueles que jogam uma ideia no mundo
e do diálogo que se abre a partir da ideia
captada e desdobrada
enfim
dessa experiência mágica que faz parte do sistema literário
escritor/obra/ leitor
mas aqui na verdade
podemos pensar no campo dos afetos, com espinosa
disso que é dado para o outro como um convite
um compartilhar
dentre todos os EU's
enviados
perdidos
esquecidos
trabalhados
postados
soltos
fragmentados
cortados
não-realizados
não-respondidos
etc
agradeço desde já a participação de todos que foram convidados para o projeto
que continua de pé
(e que acho que até depois do meu mestrado)
prometo de verdade
que agora em agosto irei colocar muitas coisas no ar
e enviar EUs que ainda não foram enviados enfim
(fabiano, promessa é dívida)
ou seja,
mais um ano para a frente
para esticar o tempo e desdobrar o tempo
deixo um beijo
por esse aniversário do EU
que é nosso
bez
tem um EU ovo aqui nesse endereço
| hide details Jul 13 |
EU/ belo horizonte, ago-2010
| hide details Aug 18 |
bom dia, ez,
com demoras, mas em tempo segue minhas imagens do EU
bej.
com demoras, mas em tempo segue minhas imagens do EU
bej.
rua dragão do mar, 531/1001.
EU,
um princípio, cabeça.
eu é uma cabeça, preciso rosto.
um princípio, esperança.
eu, a promessa do dia seguinte
também sentença – eu é uma sentença;
(barco, nuvem que pensa)
a roupa tanto é possível
e viável todos os dias: anda e para.
para e anda, para. a nudez da roupa,
pano ao avesso, vestido sem cabeça
e pendurado pensa: decepado?
uma cabeça, um eu com verbo.
ou maneja o vento, mostra-o
nem só de eu vive o homem.
pele pendurada, plissada,
costurada e duas cavas vazias
saúdam a brisa
EU,
um rio partido ao meio
nave cœur em movimento
para dois lados.
lado um:
peixe, saco plástico,
letras E e U em papel prata [sétimo andar].
lado dois:
uma zarabatana e o sopro.
um peixe suspenso
E e U no ar e água
enquanto:
o vestido sem cabeça
pensa em que corpo
vai sair.
em yuri firmeza,
Frame de vídeo de Souzousareta Geijutsuka
31.01.2006 Invasão Yuri Firmeza ou Souzosareta Geijutska é o artista convidado de janeiro para participar do projetoArtista Invasor do Museu de Arte Contemporânea do Ceará. Yuri criou um artista japonês falso, chamado Souzosareta Geijutska, e o fato de que ele iria expôr no MAC CE, em sua quarta vinda ao Brasil. O evento foi amplamente divulgado pela imprensa. No dia seguinte, veio a informação de que Souzosareta não existia, que era uma invenção de Yuri Firmeza, artista cearense, de 23 anos. A intervenção do artista, que queria chamar para uma reflexão sobre os critérios para o reconhecimento da arte nos dias de hoje, criou um grande debate na imprensa nacional. Todos os textos podem ser acessados a partir do site do MAC CE. No Museu, até o dia 19 de março, o visitante poderá ver e-mails trocados entre Firmeza e um amigo sociólogo sobre a criação de um artista inventado. O MAC-CE se localiza na Rua Dragão do Mar, 81, Praia de Iracema, Fortaleza. |
EU/ veneza, itália, dez-2009
Renata e Leonardo Zíngano
Fotos por: Renata e Leonardo Zíngano
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Fotos por: Renata e Leonardo Zíngano
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EU/ veneza, itália |
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